Café na Web – Será que existe privacidade de dados na internet?
agosto 15, 2013
Pare e pense. Vou repetir a pergunta: será que existe privacidade de dados na
internet? Em tese, sim. Todos os dados que fornecemos para terceiros em
redes sociais, lojas online, bancos, e-mail, sites, newsletter e afins tem uma
cláusula de privacidade. Fora isso, temos que ter um cuidado particular com
o que vamos expor na rede. Isso vai de cada um.
Mas, o que esses sites entende como
privacidade, nem sempre é o mesmo que você. A principio, esta cláusula garante
que eu não terei acesso fácil aos dados de um colega, mas esses dados podem ser
comercializados para uma outra empresa em forma de estatísticas de público, de
preferências, de comportamento.
Isso é legal? Depende. Alguma vez,
você já leu todas as cláusulas de Termo
de Uso ou Termo de Serviço,
antes de cadastrar os seus dados? Se não leu, e se cadastrou.....sinto muito,
mas você “assinou um cheque em branco”, literalmente. Se você não leu, como vai
argumentar se é contra ou a favor de determinada prática?
Veja também:
Além disso, você nunca reparou que ao
fazer uma pesquisa de um determinado assunto em um buscador – como o Google,
por exemplo, ele oferece para você o link em roxo dos sites que você já entrou
e até mesmo publicidade relacionada a aquele conteúdo de forma insistente? Ou
seja, tudo que fazemos na internet está sendo monitorado, baseado nos nossos
gostos e preferências.
É a Era do Grande Irmão. Todos nós somos vigiados. Monitorados. Mas, monitorado
por quem? É essa a pergunta-chave que está ganhando força nos noticiários,
principalmente depois que os Estados Unidos admitiu publicamente que estão
espionando o mundo inteiro – inclusive o Brasil, e que o Gmail, uma das contas mais populares de e-mail do mundo, é monitorada
pelo Google e, consequentemente, pelo
governo norte-americano.
Ah, mas isso não é só do Gmail. Todos
os e-mails do mundo passam pela mesma coisa. Tudo que você faz na internet está
sendo monitorado. TUDO.
Para colocar ainda mais “lenha na fogueira”, vamos
partir para a esfera íntima: qual é o direito que uma empresa tem de monitorar
na internet tudo que o funcionário faz ao ligar computador? Ou ainda: quem
garante que a pessoa contratada para esta função de “monitorar” não vai usar os
dados dos colegas para outros fins?
No final das contas, a única garantia
que temos é garantia nenhuma. Tudo o que fazemos na internet está sendo
monitorado, vigiado e transformado em planilha de custos e preferências para
possíveis campanhas de marketing e aprimoramento.
É por essas e outras que não
existe anonimato na internet. Por um endereço de I.P. é possível saber tudo que
a pessoa fez ou deixou de fazer ao ligar um computador.
Se na primeira década de 2000 vivemos
a Era da Informação com a explosão
das redes sociais e plataformas colaborativas de comunicação multimídia, afirmo
com total segurança que estamos na Era
da Gestão da Informação.
O que fazer com esses dados gerados? Quem é o dono
desses dados? Como eu posso mensurar esses dados para ter sucesso no meu
empreendimento? Como eu posso fazer a gestão desta informação?
Por gestão da informação vai desde a organização dos meus contatos de
e-mails, dos meus contatos telefônicos na agenda física de papel ou até mesmo na
mensuração, por exemplo, do perfil do público que acessa o Café com Notícias? De onde ele vem? Quem são eles? Quanto tempo
fica no blog? Quais os assuntos mais acessados? Quais as palavras-chaves mais
pesquisadas?
E quem tem o direito desses dados: eu,
blogueiro, produtor deste conteúdo ou a empresa dona da plataforma? Ou os dois,
desde que haja consenso? Ou ainda, nenhum dos dois.
Vai saber...o debate ainda
é recente e muita coisa precisa ser analisada. Mas ninguém quer saber destes detalhes.
Ler as cláusulas é tão chato, não é mesmo? Enquanto isso, tem alguém ganhando
dinheiro com a sua pressa e “desinteresse”.
O fato é que, por ora, a privacidade
que temos na internet só diz respeito a que – aparentemente, você não vai
invadir a minha conta de forma fácil, nem eu invadir a sua.
Mas os nossos
gostos, perfil, preferências e tudo aquilo que diz respeito aos nossos hábitos
online estão sendo transformados em relatório e será (ou está sendo) comercializado
ou entregue de forma voluntária a alguém para algum intuito específico.
Então,
muito cuidado. Você é o que você clica.
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Jornalista
1 comentários
Ei querido! Morro de medo desse tipo de coisa, acho uma verdadeira invasão de privacidade. O seu post é um alerta importante sobre isso. Beijos
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